Pois é, continuo sem respostas... O corpo descansado trabalhou com mais facilidade que o cansado, mas nao trouxe resultados necessariamente melhores. O corpo exausto por sua vez, criou grandes estados emocionais, mas o relaxamento e a atencao do corpo descansado produziram resultados igualmente sensíveis...
Essa semana retirei um conceito de Srta Else e trabalhei as quatro energias a partir dele. A idéia de exibicao do corpo foi o mote para uma improvisacao definida em quatro momentos: entrada num salaso cheio de pessoas, desnudamento, relacao sexual e reverberância no corpo. Claro que essas imagens eram interiores, que os movimentos nao eram necessariamente representativos, mas a presenca de uma pequena e básica dramaturgia possibilitou a conducao do trabalho e o aprofundamento em diferentes facetas de uma mesma energia. Foram muitas descobertas em duas horas, todas as energias aconteceram plenas, criativas, intensas. Aproveitando-me disso na sexta retomei cada energia de forma curta, individualmente, e depois trabalhei em cima do mesmo roteiro, mas com uma transformacao de energias: uma improvisacao comecava na libertina e terminava no desespero e a outra comecava na desilusao e terminava na romantica. Os mresultados também foram muito interessantes, porque uma energia, se bem utilizada, pode impulsionar o surgimento da outra de forma plena. De maneira geral, a primeira impro funcionou melhor que a segunda, até porque eu já estava próximo do final do ensaio e acabei correndo um pouco. Mas ficou claro que os paradoxos e as relacoes entre as quatro energias sao muito mais profundas e complexas do que eu tinha estabelecido a principio. o desespero, por exemplo, se conecta profundamente com a desilusao (como um centro impulsionador), m,as por outro lado apresenta contrastes interessantes com a romântica, porque uma vive o futuro e outra o passado.
O desespero, alias, ganhou contornos novos e mais profundos nessa semana. De alguma forma ele se descola da Else, mas eu nao vejo problemas obrigatoriamente nisso. Na quarta, a ideia da relacao sexual e o desespero conjuntamente trouxeram a volta de uma energia que hibernava há uns quatro anos, que eu tinha denominado de estupro. Nessa conexao, foi inevitável ver o ato sexual como algo repugnente, doloroso, contra a propria vontade. Na sexta, talvez influenciado por uma figura de Klimt que tinha visto por acaso pouco antes do ensaio (que anexo aqui)

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