Meu corpo volta a encontrar o seu ritmo, ele nao precisa mais ser acordado as custas de muito esforco, ele desperta quando entro em sala de trabalho. Hoje nao estava no melhor dos meus dias, cansado, preocupado, pensativo, mas tao longo entrei em trabalho uma energia nova comecou a fluir no meu corpo, encontrei meu caminho naturalmente.
Claro que aquecer é sempre necessário, especialmente pra tirar o corpo do lugar comum e possibilitar a descoberta de coisas novas, mas sinto que basta eu comecar a trabalhar com as energias e o corpo se encontra, mesmo que o aquecimento nao seja tao intenso ou tao devastador como em outros dias. Hoje as tres energias foram intensas: a viúva comeca a encontrar uma forma mais definitiva, menos diretamente conectada com a imagem da qual surgiu. O uso do tonus junto a imagem da carícia e a lentidao sao as características mais importantes, e ontem surgiu uma passagem dramaturgica interessante: do casaco, levar o tonus ao extremo, depois entregar a energia e encontrar o vazio (vestindo o casaco, talvez? Ou primeiro esvazia, sente o frio e veste, sei lá)
A Lua também parece cada vez mais concreta. Hoje foi o trabalho com a densidade que deu um novo interesse à energia, ainda que essa densidade continue um pouco volúvel, um pouco controlada, pensada, mas acho que é uma questao de insistir e trabalhar sobre ela até que o corpo a assimile. A codificacao de algumas acoes com o bastao, e da sequencia rápida também foram de grande ajuda, mesmo que nao sejam as definitivas, deram à quebra a oportunidade de acontecer de maneira mais precisa.
Por fim a donzela... Ontem trabalhei com a alternancia de tonus e leveza por algum tempo, e depois disso improvisei com a donzela. Conforme esperado, a energia veio mais leve, menos representada, mais independente de uma personagem. Mais interessante ao meu ver, e talvez as duas imagens possam ainda ser combinadas dentro de uma mesma referência.DRe toda forma, foi um retorno à energia primordial, aquela que surgiu dos meus treinos com a érika, que veio depois do esgotamento, quando o corpo nao tinha mais tonus. Foi bom ter passado por isso de novo.
Outra coisa interessante que aconteceu ontem: comecaram a surgir naturalmente pequenos esbocos de ligacao entre as cenas. Principalmente dois: passagem da lua para a viúva, a lua termina de costas, andando na direcao da parede, vai enrijecendo até que chega na parede como a viúva, e outra depois da viúva possivelmente pro texto da chapeuzinho. Que eu preciso decorar logo.
Por fim, pra deixar registrada uma nova experiencia de ontem, bem sucessida: parede em equilibrio precario.
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
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