O corpo é o aquiteto da propria expressao...
Sem que eu me esforcasse por isso, sem que eu premeditasse, sem que eu arquitetasse, comecam a surgir indicios de uma possível dramaturgia. A ligacao da cena da lua com a viuva, na quarta, pareceu tao natural, tao intrinseca, que é como se elas fossem criadas para existir conjuntamente. Mesmo o texto da Angela Carter depois parece caber, claro que existe uma brecha de acao, mas depois de uma cena intensa como a viuva, ter um momento mais "brincalhao" pode ser dramaturgicamente interessante. A donzela que ainda parece desconectada, a tentativa de inciar a sequencia com ela nao me parece totalmente adequada, claro que possível, mas me traz dúvidas.
Problema enorme: as sequencias sao todas MUITO grandes, elas precisam ser MUITO condensadas, reduzidas ao essencial.
Ideia de dramaturgia: encontrar um personagem/texto adequado a cada uma das figuras arquetipicas determinadas.
Ideia de dramaturgia 2: trabalhar com mitos de criacao do feminino
Sobre o trabalho prático, há pouco a se colocar, além da percepcao de que as energias se consolidam, ganham contorno, definem acoes. É um momento muitas vezes menos prazeiroso, porque nao há mais a explosao da energia primordial nem a flexibilidade de uma sequencia definida, é um meio de caminho que por muitas vezes parece um buraco. Mas nas energias que estao já mais codificadas, especialmente na lua, sinto que reencontro os impulsos cada vez mais, que sem ter que pensar nas acoes acabo podendo me concentrar na qualidade de movimento, na inteireza de cada passagem. A idéia de codificar as acoes com o bastao foi muito proveitosa.
Na viuva isso também comeca a acontecer, pequenas acoes que se cristalizam. Ainda nao sei bem o que fazer com o casaco, nao sei nem se o casaco é o objeto correto, tenho medo de me tornar descritivo demais... A donzela ainda esta em batalha, estou sempre dividido entre a leveza e a energia inocente, a ideia do se mostrar. Essa semana surgiu um novo jogo que pode ser interessante, do desequilibrio e reequilibrio com leveza...
Outra descoberta da semana. Comecar o energético a partir de uma improvisacao baseada em um elemento técnico: na quarta foi o pista e o Don't smoke in bed, uma energia próxima da viuva, na sexta foi o fora do equilibrio com a cidade e as serras. Me coloca em trabalho de forma tecnica e ao mesmo tempo emocional.
sábado, 17 de novembro de 2007
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